sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Cartas Instantâneas

Qual o seu e-mail mesmo? 
Tudo hoje é na base do WWW ou do @ e escrever uma carta é algo muito difícil, ainda mais quando a tecnologia avança diariamente e faz com que as pessoas tenham necessidade de receber informações rápidas e esperar pouco pelas respostas que comumente esperávamos semanas para receber.
Quando eu escrevia cartas para meus amigos e amigas, era um ritual, algo que me dedicava horas para escrever e arrumar os textos, deixando-os menos formais e com um pouco de criatividade. Fazia etiquetas diferenciadas, comprava papel reciclado, cobria os envelopes e mandava todo orgulhoso aquele pequeno presente em forma de palavras. 
Hoje até preguiça de escrever eu tenho, pois o uso constante do teclado fez com que a minha letra mudasse e ficasse uma sobra do que era. O capricho se foi e agora escrevo muito rápido e algumas vezes somente eu entendo. Quando quero escrever algo para os outros entenderem, eu diminuo a velocidade. Não sei se isso acontece somente comigo, mas percebo que é um fato bem mais comum do que imaginamos e apegado à falta de conhecimento gramatical, se torna uma doença, já que as pessoas terminam usando símbolos e desenhos ao invés de palavras.
Hoje se queremos mandar uma imagem de algum lugar para alguém, anexamos em algum aplicativo das redes sociais e não compramos mais os tradicionais postais que antigamente encontrávamos. Este virou peça de museu e acho que poucos ainda compram, já que todo mundo tem um celular com acesso à internet, com uma câmera prontinha para ser usada. Vale o instante e não a magia do conteúdo do que recebemos. 
Passávamos horas descrevendo os detalhes da viagem em algumas páginas das nossas cartas e hoje basta uma foto sem legenda para falar tudo que precisamos passar. Não que isso seja ruim, mas terminamos ficando imediatistas demais e perdendo a fantasia, que é tão necessária e que alimentava a nossa imaginação. 
Viajar na viagem dos outros termina sendo mais barato que ir ao encontro de lugares que antes ficávamos somente sonhando em conhecer, programando mil viagens e melhores momentos para a descoberta.
O mundo é o limite para a nossa imaginação e interagir com tudo isso é algo que mil palavras talvez não sejam suficientes, pois as sensações são diferentes para cada um. Hoje basta abrir uma página da internet e conhecer o mundo em detalhes, com fotos nítidas e relatos diversos. As cartinhas mudaram e agora não precisamos ficar esperando a revelação das fotos e contar com a surpresa das capturas mal direcionadas e que cortavam as nossas cabeças algumas vezes. 
Hoje, se registro algo que não gosto, deleto. Se adoro, faço uma edição rápida e envio imediatamente.
Assim, sem selo, sem canetas, sem envelope... 
A informação está mais aberta do que nunca e fica fácil descobrir os nossos passos nesse mundo virtual e cheio de descobertas.
Basta teclar e digitar ENTER.

Segue o Caminho do Boi da Macuca

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