Basta
observar as ruas da cidade, as pessoas que nelas circulam e as edificações que
vão sendo efetivadas para percebermos que as desigualdades sociais são muitas e
algumas delas chocam pela desorganização e falta de compromisso governamental,
já que a ausência de estrutura e fiscalização fazem com que as situações se
agravem e causem grande transtorno para todos.
Muitos
se acostumam a viver de forma irregular, invadindo sempre os espaços que não
são seus e gerando na cidade um transtorno enorme nas ocupações desordenadas e
também no acúmulo de sujeira.
Somos
iguais, mas bem desiguais....
A
capacidade das cidades é diariamente afetada com o crescimento da população e
esta não tem contado com infraestrutura necessária para o desenvolvimento e
também para a melhoria da qualidade de vida, onde a busca de melhores condições
de sobrevivência são afetadas pela procura desordenada de um desenvolvimento
que não é direcionado para a maioria e termina causando muitos males para a
sociedade.
Aquela
bela história que todos somos iguais perante a lei só existe no papel e na
prática isso é bem diferente, pois as condições são bem mais organizadas para
os que possuem condições financeiras melhoradas ou que tem boa influência nas
atividades que executam. Basta passar pelas ruas da cidade para ver pessoas
acomodadas precariamente nas pontes, calçadas e fazendo disso um troféu da
incompetência administrativa do Estado, que não cuida do seu povo como deveria.
Uma
breve passagem pelo centro do Recife já nos dá essa visão
"futurista", pois enquanto uns brigam para construírem edifícios em
áreas antigas e preservadas, outros invadem os espaços disponíveis, causando
uma grande desordem ocupacional, a qual nos mostra diariamente uma nova favela,
construída com todos os restos do que a sociedade deposita nas ruas.
São
casas feitas com latas, papelão, madeira velha e que contam com ligações
elétricas clandestinas, esgoto desordenado, ruas fedorentas e uma população
cada dia mais desestruturada e que não faz nada para melhorar o próprio
ambiente em que vivem.
A impressão que tenho é que as
pessoas perderam a noção do que é certo ou errado e fazem isso com muita
maestria, pois a cada momento, os problemas são maiores e os
"puxadinhos" da desigualdade social só aumentam as nossas
preocupações e fazem com que a cidade seja afetada por uma maré baixa de
invasões e destruição do patrimônio público.
Desigualdade por todos os lados gera
isso e a maior de todas elas é a educação, que ainda não reside na cabeça das
pessoas e faz com que todos se tornem monumentos do descaso e da falta de
respeito ao próximo. O próprio homem deve se dar ao valor e procurar ter
melhores meios de vida, onde a sua capacidade de crescimento seja influenciada
fortemente pela organização e não pela bagunça que faz dos nossos dias um
terrível transtorno.